É já no próximo Sábado, dia 2 de Junho, que a Associação de Moradores da Quinta da Luz irá organizar o evento comemorativo do Dia do Vizinho e Dia da Criança.
Não fique em casa! Venha para o nosso jardim e traga toda a familia para festejar e conviver. Temos muitas surpresas preparadas para si!
segunda-feira, 28 de maio de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
Obras em Carnide
Recuperação largo Coreto e ruas adjacentes
Inserido no Núcleo Histórico de Carnide este largo antes conhecido como Alto do Poço(até 1885) está a ter uma intervenção de vulto.
A obra , considerada Obra Comunitária,fruto do espírito participativo de residentes e comerciantes,foi um dos projectos vencedores no Orçamento Participativo de Lisboa 2009/2010 .
Teve inicio no dia 27 Fevereiro deste ano , e poderá terminar em Setembro , com o Largo profundamente renovado, com esplanadas com infraestruturas renovadas ,novo piso pedonal que irão acrescentar qualidade à nova área de lazer.
Os trabalhos de arqueologia começaram a 05 de Março sob a direcção dos arqueólogos do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade, da Direcção Municipal de Cultura da CML, Ana Caessa e Nuno Mota .
Nesta intervenção ,os achados são muito expectáveis e permitirão brevemente um melhor conhecimento Histórico, no final o Serviço de Arqueologia poderá ter a oportunidade de
promover uma exposição em Carnide, sobre o assunto, com fotos, desenhos, objectos e paineis explicativos.
A equipa de arqueologia num dos 36 silos já referenciados
Como em muitas obras surgiram adversidades:
Na Mobilidade
-Com alguns ajustes de sentidos de trânsitos que provocaram incomodidade , contrariedades aos residentes , aos comerciantes locais, aos visitantes que se confrontaram com sentidos de transito “em mudanças” ,estacionamento ainda mais dificil , porque não foi possível ainda a alternativa já sugerida em 2010 de oferta de estacionamento na Quinta do Pinheiro , ou outras alternativas, a mobilidade em geral tornou-se fonte de discussão
Contudo foram estudadas alternativas que brevemente acrescentarão mais lugares no Largo Jogo da Bola.
-Houve alguma insensibilidade na colocação das vedações
Mas nos fins de semana abrem-se algumas brechas
Dilatação de prazo-Decorre pedido de suspensão de obra pelo empreiteiro que motivou a intervenção da Junta de Freguesia , da Direcção Municipal e moradores. Esperamos o retomar da obra , para que , brevemente, também sejam minorados alguns problemas.
Poderá Carnide ter os seus arraiais populares ? talvez no espaço do Carnide Clube...
Como ficará a ordenação do transito ?
A rua da Fonte será aberta ao trafego automóvel ?ou apenas a cargas e descargas e moradores?
Haja articulação entre as obras propostas , que continue o diálogo construtivo , que seja evitado deslizamento excessivo de prazos de execução !
Reunião Grupo Comunitário Carnide em 14 de Maio 2012
As boas prácticas em Carnide
As boas prácticas em Carnide
Os cidadãos de Carnide presentes conjuntamente com a Direcção Municipal ,engº Angelo Mesquita , engº João Rodrigues, arqºJoão Castro, Teresa Cunha Magalhães e arqª Cristina Coelho, o presidente Paulo Quaresma, Maria Vilar , debateram os constrangimentos anunciados por engº Angelo Mesquita, na execução da obra no Largo do Coreto decorrentes de 1-suspensão de obra por iniciativa do empreiteiro 2-a necessidade de mais luminária nas fachadas dos edíficios, o rebaixamento para as redes de Epal , Gás, Telecomunicações 3-os trabalhos de Arquelogia.
A estes constrangimentos os cidadãos referiram questões de segurança provocadas pela vedação da obra , a não realização dos Arraiais em Junho,as dificuldades de circulação ,os sentidos e os sinais de transito, a abertura de rua de acesso, o socorro imediato , a existência de bocas de incêndio na Rua do Norte.Paulo Quaresma questionou a inexistência de informação instituicional, requereu a existência de interlocutores ,a presença nas reuniões de trabalho, requereu articulação nas obras que vão decorrer em simultâneo, e, indagou pelo prazo de obra.
Destas questões o engº Angelo Mesquita tomou boa nota para se discutir hoje , dia 15de Maio nos estaleiros da obra, realçando os aspectos bem positivos nesta reunião.
O dia de ontem teve um “final feliz” ,o espirito participativo em Carnide deu boa prova,foi assegurada presença de Paulo Quaresma em reuniões de acompanhamento de obra , nesta do Largo do Coreto e nas seguintes é sempre necessária.Trará maior eficácia , maior articulação e dará a visão local, poderá minorar alguns necessários inconvenientes de obra nomeadamente nos referidos ontem ( colocação de vedações, sinais de transito ..) .Poderá fazer acontecer maior eficácia em cumprimento de prazos.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Dia Internacional dos Museus
Os nossos Museus convidam:
Visitas guiadas e espectáculos em todo o país, com entrada gratuita
Desde 1977 no dia 18 de maio, os museus abrem as suas portas, oferecendo aos visitantes um conjunto de iniciativas muito diversificadas.
Esta sexta-feira, e no dia 19 de maio, sábado, os museus e palácios do IMC estarão abertos gratuitamente -- no dia 18, entre as 10:00 e as 18:00; no dia 19, a partir das 18:00, até por volta da meia-noite .
Iniciativas
Museu Nacional dos Coches (http://www.museudoscoches.pt/LinkClick.aspx?fileticket=fiMVjnOvuc8%3d&tabid=38&language=pt-PT) oferece um passeio Real em Belém entre as 10h-12h30 e as 14h-17h .
o museu da Cidade (museudacidade@cm-lisboa.pt ), Campo Grande, 245 , tem em destaque a maqueta onde está reconstituída a cidade de Lisboa, em 1750, cinco anos antes do grande terramoto que mudou para sempre a sua face.
Convento S .Bento
Igualmente interessante são os documentos da construção do grandioso Aqueduto das Águas Livres, e o piano onde Alfredo Keil compôs o hino nacional, "A Portuguesa".
O Museu Nacional de Arte Antiga, Rua das Janelas Verdes, abre, já hoje até às 24 h , as suas portas e dia 18 entre as 11h30 e as 15h30 oferece Visitas orientadas “Obras-Primas da Colecção do MNAA
sábado, 12 de maio de 2012
Orçamento Participativo de Lisboa - Edição de 2012
Está neste momento a decorrer o Orçamento Participativo de Lisboa, edição de 2012. O OP vive da voz de todos os cidadãos, da sua participação e da apresentação de ideias para Lisboa.
Contribua com as suas propostas e criatividade. Carnide espera por si! Participe. LisboaAgradece!
Poderá seguir esta iniciativa na página de facebook do Orçamento Participativo em www.facebook.com/lisboaparticipa.
Poderá apresentar propostas directamente no site do Orçamento Participativo em www.lisboaparticipa.pt, ou juntar-se à Associação de Moradores da Quinta da Luz.
Contribua com as suas propostas e criatividade. Carnide espera por si! Participe. LisboaAgradece!
Poderá seguir esta iniciativa na página de facebook do Orçamento Participativo em www.facebook.com/lisboaparticipa.
Poderá apresentar propostas directamente no site do Orçamento Participativo em www.lisboaparticipa.pt, ou juntar-se à Associação de Moradores da Quinta da Luz.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Toponímia da Quinta da Luz
RUA ADELAIDE CABETE
Adelaide Cabete (1867-1935) - Médica, organizadora das Ligas da Bondade, directora da revista Alma Feminina, activista da Liga da Mulheres Republicanas, Fundadora do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, presidente da Cruzada Nacional das Mulheres Portuguesas e organizadora do I Congresso Feminista e de Educação.
Maria Veleda (1871-1955) - Professora, escritora, colaboradora em vários jornais, membro da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, do Centro Republicano da Ajuda, da Associação do Livre Pensamento, fundadora da Obra Maternal e da Associação Feminina de Propaganda Democrática.
Ana de Castro Osório (1872-1935) - Escritora, considerada a fundadora da literatura infantil em Portugal, conferencista e pedagoga especialmente dedicada às questões político-sociais, fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e da Cruzada das Mulheres Portuguesas.
Adelaide Cabete (1867-1935) - Médica, organizadora das Ligas da Bondade, directora da revista Alma Feminina, activista da Liga da Mulheres Republicanas, Fundadora do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, presidente da Cruzada Nacional das Mulheres Portuguesas e organizadora do I Congresso Feminista e de Educação.
RUA
MARIA VELEDA
Maria Veleda (1871-1955) - Professora, escritora, colaboradora em vários jornais, membro da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, do Centro Republicano da Ajuda, da Associação do Livre Pensamento, fundadora da Obra Maternal e da Associação Feminina de Propaganda Democrática.
RUA
ANA DE CASTRO OSÓRIO
Ana de Castro Osório (1872-1935) - Escritora, considerada a fundadora da literatura infantil em Portugal, conferencista e pedagoga especialmente dedicada às questões político-sociais, fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e da Cruzada das Mulheres Portuguesas.
RUA
PÚBLIA HORTÊNSIA DE CASTRO
Públia Hortênsia de Castro (1548-1595) - Foi uma das
mais notáveis e célebres figuras do humanismo português. Matriculou-se no curso
de filosofia da Universidade de Évora, estudou Retórica, Humanidades e
Metafísica na Universidade de Coimbra e no antigo Colégio do Espírito Santo, em
1571, prestou as provas finais para alcançar o grau de licenciada. Em 1581
resolve consagrar-se a Deus e entra no Convento do Menino Jesus da Graça, em
Évora, da Ordem dos Agostinhos.
RUA
MARIA BROWN
Maria
Brown (1800-1861) - Poetisa natural do Porto, de
nome completo Maria da Felicidade do Couto Browne, instituiu, em sua casa, um
«salão» literário e artístico em que se reuniam os mais famosos escritores do
Porto da época, entre os quais Camilo Castelo Branco.
terça-feira, 8 de maio de 2012
1ª Reunião ordinária desta Direcção - FALTA CONTEUDO
Realizou-se ontem a 1ª reunião ordinária da nova direcção da Associação de Moradores da Quinta da Luz, desde que tomou posse. As reuniões realizam-se com uma periocidade mensal, na primeira segunda-feira de cada mês, e são abertas não só aos elementos dos orgãos associativos, como a qualquer outro membro ou morador do nosso bairro.
Temas
Fotos
...
Temas
Fotos
...
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Próxima reunião de direcção
A próxima reunião de direcção, aberta à participação de todos os membros da associação e outros moradores interessados, irá ter lugar na próxima segunda-feira, dia 7 de Maio de 2012 na sede da Associação de Moradores da Quinta da Luz (Junta de Freguesia de Carnide).
Ordem de trabalhos:
1. distribuição de pelouros pelos membros da direção;
2. planificação das próximas iniciativas da AMQL,
nomeadamente o Dia do Vizinho, o Dia da Criança e a reunião com as
administrações dos condomínios;
3. Análise e deliberação sobre a proposta de atualização do
valor da quota anual.
4. Meios de divulgação da AMQL: Facebook, blog, boletim Informativo , mailinglist, …
5. Participação no Orçamento Participativo da C.M.L
terça-feira, 1 de maio de 2012
Arqueologia em Carnide
Em Carnide decorrem sondagens arquelogicas no Largo do Coreto, que desvendam mais história sobre os nossos antepassados. Colocámos algumas questões à equipa de arqueologia do Museu da Cidade, responsável pelas escavações, que foram respondidas com muita simpatia e muito saber.
Poderá ainda consultar imagens 3D de Lisboa antiga em:
http://www.museudacidade.pt/arqueologia/cartaarqlisboa/Paginas/default.aspx.
Entrevista com Dra. Ana Caesa, coordenadora do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade:
Poderá ainda consultar imagens 3D de Lisboa antiga em:
http://www.museudacidade.pt/arqueologia/cartaarqlisboa/Paginas/default.aspx.
Entrevista com Dra. Ana Caesa, coordenadora do Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade:
1- Os trabalhos de arqueologia no Largo do Coreto de
Carnide, desenvolvem-se desde 5 de Março, decorrentes das obras de
requalificação paisagística do Largo do Coreto e ruas adjacentes (nomeadamente
a Rua Neves Costa e a Rua do Machado), sob a direcção dos arqueólogos do
Serviço de Arqueologia do Museu da Cidade, da Direcção Municipal de Cultura da
CML, Ana Caessa e Nuno Mota, com o apoio de um aqueólogo assistente contratado,
Romão Ramos, e de uma arqueóloga estagiária, Diana Dinis. Os trabalhos são condicionados
pela obra (uma vez que a equipa de arqueologia só actua nos locais afectados
pelas operações de requalificação do Largo), mas também, por sua vez,
condicionam o ritmo da obra. Tem que haver grande articulação, consertação e
organização, para que as equipas de arqueologia, de construção e de paisagismo
possam trabalhar em conjunto e em contínuo. E isso, felizmente, tem sido
possível.
2- O Plano Director Municipal de
Lisboa, actualmente em vigor (de 1994) coloca todo o núcleo histórico de
Carnide em área de sensibilidade arqueológica de nível 2, o que significa que
qualquer remeximento no subsolo dessa área tem ser acompanhado por uma equipa
de arqueologia que garanta, em caso de aparecimento de vestígios arqueológicos,
a sua salvaguarda.
O território nacional, no seu
conjunto, está abrangido pela lei de protecção e valorização do património
cultural (Lei 107/01 de 8 de Setembro) que obriga todas as entidades à
notificação, no prazo de 48 horas, de qualquer achado arqueológico, ainda que
fortuitamente (artigo 78º). Mas os instrumentos de gestão territorial, como os
Planos Directores Municipais, ou os Planos de Pormenor, são mais específicos e
para assegurar o cumprimento dessa lei estabelecem normas nos seus
regulamentos.
No que respeita ao núcleo antigo
de Carnide isso acontece (e com muito fundamento) porque aí os achados são
muito expectáveis. A partir de fontes arquivísticas e bibliográficas, sabe-se
que o topónimo Carnide já era utilizado nos finais do século XII,
correspondendo, nessa altura, a uma área de herdades agrícolas, propriedade de
particulares abastados e de casas religiosas de Lisboa. Uma verdadeira aldeia
só terá surgido em meados do século XIII e há referências que indicam que, nos
inícios do século XIV, a povoação de Carnide já tinha uma igreja dedicada a São
Lourenço com o seu cemitério, uma fonte, “covas”, um “rocio” e, especificamente
no lugar conhecido por “Alto do Poço” (actual Largo do Coreto), uma Ermida
dedicada ao Espírito Santo, outro cemitério, uma leprosaria (que viria a ser
desactivada em meados no século XVI com a construção de um hospital na Luz) e
(claro) um poço. Para o século XV há notícias de que Carnide se transformara em
local de descanso da família real e de outros elementos da Corte (o que indicia
a existência de casas nobres). Apartir do século XVI e até, pelo menos, ao
terramoto de 1755 (que provocou muitas destruições na zona), foram-se
instalando, ao redor da aldeia de Carnide, os conventos e as casas senhoriais,
com as suas ermidas e as suas quintas. No século XIX, entre 1844 e 1885,
Carnide pertenceu a uma éfemera Câmara Municipal de Belém que promoveu, entre
outras iniciativas a transformação do “Alto do Poço” num largo, o actual Largo
do Coreto.
Foi este tipo de informações,
juntamente com alguns edifícios e sítios classificados ou inventariados na
Carta Municipal de Património, que justificou a inclusão do núcleo histórico de
Carnide em área de sensibilidade arqueológica. E desde que esses regulamentos
que complementam a lei de protecção e valorização do património cultural estão
em vigor (o que é muito importante porque muitas vezes os vestígios passam
despercebidos às pessoas não especializadas), muitas obras em Carnide têm tido
acompanhamento arqueológico, o que tem permitido descobertas (algumas das quais
foram até musealizadas, como os silos no Largo do Jogo da Bola) e conhecer
melhor a história do sítio.
3- Os trabalhos arqueológicos que
decorrem no Largo do Coreto de Carnide já permitiram recuperar muitos elementos
da história dessa zona. Até ao momento já foram detectados:
-
30 silos (semelhantes aos que estão musealizados no
Largo do Jogo da Bola), ou seja estruturas escavadas no subsolo para
armazenamento de cereais (aquilo que as fontes arquivísticas designam “covas”)
na parte oeste do Largo, talvez abertos em época medieval, mas transformados em
lixeira subterrânea durante os século XVI, XVII e primeira metade do XVIII e
portanto cheios de materiais interessantes;
-
um poço (perto do local de coreto) aparentemente
construído em alvenaria medieval com cerca de 12 metros de profundidade
(estimada), cheio de água (em ano de seca!), talvez aquele que justificava o
topónimo “Alto do Poço”;
-
um troço de alicerce junto do qual se encontraram dois
enterramentos, na parte nordeste do Largo, portanto, em príncipio, o que restou
da demolição da Ermida do Espírito Santo e da desactivação do seu cemitério,
por iniciativa da Câmara Municipal de Belém;
-
a terraplanagem promovida pela Câmara Municipal de
Belém, entre 1857 e 1858, que transformou o “Alto do Poço” num Largo, que levou
à ocultação do poço, à demolição da ermida e ao desaparecimento do cemitério,
está muito bem marcada arqueologicamente pelo facto de, até agora, nenhum dos
silos ter sido encontrado na sua forma completa, com boca e tampa, mas antes
cortado artificialmente à cota pretendida para o piso do Largo;
No fundo todos estes vestígios
eram expectáveis no sítio, o que não se previa era a quantidade enorme de
silos, que demonstra que Carnide foi um local importante para a produção de
cereais.
4- As cronologias que podemos
referir são aproximadas e baseiam-se sobretudo numa análise superficial do
espólio (ainda sujo e sem ter merecido a atenção devida) recuperado no interior
dos silos, sobretudo nas peças cerâmicas (comuns, em faiança e em porcelana),
de mesa e de cozinha, fragmentadas, ou mesmo, praticamente intactas e em
algumas moedas de baixo valor (nem sempre em estado de conservação que permita
identificá-las facilmente). Estes materiais apontam para um período que vai do
século XVI ao Século XVIII, até ao terramoto de 1755. Terá sido este o período
em que os silos deixaram de ser local de armazenamento de cereais para
funcionarem com lixeira e por isso o seu conteúdo, que inclui para além das
peças cerâmicas, fragmentos pequenos de peças em vidro, alguns objectos de uso
comum em metal muito detereorados e muitos restos de alimentação (como os ossos
de animais e as conchas por exemplo) e de lareira (como as cinzas e os
carvões), para além de fornecer cronologias, representa aspectos da vida
quotidiana da população de Carnide desses séculos, chegando mesmo a reflectir
diferenciações sociais (apenas os mais privilegiados, aqueles que se foram
instalando em palacetes e quintas a partir do século XVI, possuiriam porcelanas
chinesas, por exemplo). De qualquer modo, há muito trabalho de gabinete e de
laboratório a fazer (meses de trabalho que começarão a contar quando os
trabalhos de campo terminarem). Só depois se poderá avançar com mais
informações.
5- O que vai acontecer a todos
estes vestígios. é uma questão muito pertinente, por vários motivos: os
vestígios são muitos e o seu registo tem sido feito à vista dos próprios
moradores que são também quem mais tem sofrido os incómodos provocados pelas
obras do Largo e, ao mesmo tempo, aqueles que mais expectativas têm
relativamente à requalificação do Largo como espaço de lazer e descanso,
arborizado e sem carros. Mais uma vez é precisa a conciliação e a articulação
para que todos os valores arqueológicos sejam salvaguardados, sem que isso
provoque constrangimentos na utilização futura do Largo.
A salvaguarda dos vestígios pode
ser assegurada de diferentes modos, mas um está sempre presente - o registo
científico, que é o que a equipa de arqueologia está a fazer. O registo
científico das realidades arqueológicas tem sido feito, o espólio tem sido
guardado (para posteriormente ser estudado e depositado nas reservas
museológicas municipais), e quando a obra terminar o Largo do Coreto será o
espaço de lazer que se pretendia. Muitas das realidades detectadas estarão cobertas,
outras terão desaparecido com o avançar da obra. A grande diferença é que se
terá conhecimento exacto da sua localização e das suas características e a
memória da sua existência permanecerá.
Até ao momento, apenas num caso a
arqueologia provocou uma ligeira alteração ao projecto: a descoberta do poço,
em tão bom estadao de conservação e cheio de água num ano de seca. Se o
projecto não fosse alterado, grande parte do poço teria que ser destruído
porque estava na rota de uma vala de saneamento para águas pluviais. A equipa
de arqueologia, com a concordância da tutela do património cultural,
nomeadamente o IGESPAR e a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do
Tejo, propôs a preservação do poço e o desvio da vala. Essa proposta foi muito
bem aceite: a vala foi desviada e o poço será preservado. Na Direcção Municipal
de Ambiente e Espaços Verdes da CML, ponderam-se agora todas as variáveis que
decidirão se o poço ficará visível e utilizável, ou se por enquanto apenas
ficará preservado, mas ainda oculto, esperando outro projecto futuro.
E como é tão importante dar a
conhecer aos moradores os resultados da intervenção arqueológica (para que
percebam o que se passou, para que o abrandamento do ritmo da obra não seja
encarado como uma perda mas como um ganho, para que conheçam as provas
materiais da história do sítio onde vivem), a equipa de arqueologia espera vir
a ter a oportunidade de (depois de realizados os relatórios e estudado o
espólio) promover uma exposição em Carnide, sobre o assunto, com fotos, desenhos,
objectos e paineis explicativos.
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